SEBASTIÁN JANTOS LANÇA
CD EM PORTO ALEGRE
Hoy é o título
do segundo CD do cantor e compositor uruguaio Sebastián Jantos. O disco, que
foi recentemente apresentado em Montevidéu, terá agora show de lançamento no
Brasil, no dia 23 de novembro (sexta-feira), às 20 horas, no Auditório Barbosa
Lessa (4º andar do Centro Cultural CEEE - Erico Verissimo, na Rua dos Andradas,
1223, Centro Histórico de Porto Alegre/RS). Na oportunidade, o artista contará
com o acompanhamento do percussionista Lucas Kinoshita e com as participações
de Eloísa Méndez (cantora uruguaia), Mário Falcão, Richard Serraria, Ian Ramil
e Mimmo Ferreira.
Sebastián Jantos explica que o
seu novo disco “explora a fusão da canção pop eletroacústica de caráter urbano
e contemporâneo com a música de raiz afro-americana a partir de uma ótica regionalista,
às vezes, partindo da própria composição, utilizando-se de ritmos como o
candombe e a milonga como principal elemento, e, outras vezes, tendo como
parâmetro a pesquisa de timbres do mundo dos arranjos, incorporando
instrumentos de nossa macrorregião, tal como o bombo leguero, tamboriles
uruguaios, atabaques rio-grandenses, tambor de sopapo e viola caipira, que
sustentam, junto a uma forte sessão de sopros, melodias funk, reggaes
acústicos, milongones psicodélicos, ritmos de candomblé baiano e de música
afro-caribenha. Um disco situado entre o presente da música global e o
passado dos ritmos ancestrais e sons tribalistas. Entre o rural e a cidade
portuária, entre o rio e o Atlântico.” Para registrar esse rico mosaico de
ritmos, melodias e poemas em forma de letras de música, Jantos reuniu 25
músicos do Brasil e do Uruguai.
RESUMO:
SHOW
DE LANÇAMENTO DO CD HOY, DE SEBASTIÁN JANTOS, COM:
Sebastián
Jantos (voz, guitarra e percussão) e Lucas Kinoshita (voz e percussão)
MÚSICOS
CONVIDADOS: Eloísa Méndez (Uruguai), Mário Falcão, Richard Serraría, Ian Ramil
e Mimmo Ferreira.
TÉCNICO
DE SOM: Rodrigo Panassolo
TÉCNICO
DE LUZ: Fernando Ochoa
LOCAL:
Auditório Barbosa Lessa
Rua
dos Andradas, 1223, Centro Histórico – Porto Alegre – RS
HORÁRIO:
20 horas
PREÇOS:
ingresso + CD: R$ 25, / só
ingresso: R$ 15 e R$ 10 (c/ desconto)
/ só o CD: R$ 20
TRECHO DE CRÍTICA SOBRE
O CD HOY PUBLICADA NA REVISTA
“BRECHA” (URUGUAI) - POR GUILHERME DE ALENCAR
PINTO:
“...uma
grande variedade de instrumentos de percussão que, por não se encontrarem
escondidos atrás de uma bateria,
aparecem com toda sua gama de timbres e articulações para dar ao disco um
colorido especialmente vivo. Somam-se instrumentos de sopro (flautas, sax e
clarinete) e múltiplas sonoridades de guitarras acústicas e elétricas, piano,
as vozes de Jantos e dos convidados, e coros femininos. A multiplicidade de
instrumentos de percussão expressa uma gama delimitada, mas riquíssima, de
referências ritmicas. Estão ali os dois ritmos uruguaios mais emblemáticos do
candombe beat (o candombe propriamente dito e a milonga), distintas
ramificações do samba (baiano, carioca, choro, toques de candomblé), ritmos
caribenhos (salsa) e algum derivado abrasileirado do reggae. Essas coisas se
misturam umas com as outras, mas também brincam entre elas, como nas diversas
marcações do candombe executadas com instrumentos não tradicionais ao gênero (a
figura rítmica dos tambores Chico e Repique podem estar encarnadas num
triângulo).
As
sonoridades são rústicas, mas tudo é tocado com exatidão, com sabor, mas com
contenção, no marco do canto cálido e cool de Sebastián Jantos, assim que o
rústico se transmuta em refinamento (mas nunca em um polimento estéril). Jantos
é um melodista imaginativo. Suas composições nunca buscam efeitos estranhos ou
desconcertantes, sempre têm um perfil claro e memorável. É especialmente hábil
para sugerir musicalmente instâncias de uma saudável preguiça, languidez,
melifluidade, que se acoplam muito bem com seus textos sensuais. Uma das
canções fala de “transgredir na justa medida”. Se de transgressões se trata, a
medida é um pouco ajustada demais. Mas há muitíssima criatividade e inspiração
empenhadas nesse marco tenuamente transgressor, como na linda faixa “Milonga de
Otoño”, uma milonga chorada condimentada com uma guitarra elétrica
country/blues, e com uma mágica progressão harmônica. Além de Drexler, flutuam
nesse disco as influências de – ou confluências com – Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Djavan, Arnaldo Antunes, Vitor Ramil, Martín Buscaglia, Rey Tambor. Há
também citações expressas de reconhecimento a antecedentes e colegas: Rada,
Mateo, Manolo Guardia, Tribu Mandril.
A produção,
que Jantos dividiu com Diego Janssen, é notável. Além de contar com um
contingente de colaboradores muito sólido, entre eles alguns protagonistas –
Nico Arnicho, Andrés Bedó, Laura Chinelli, Damián Gularte, Daniel López, os
gaúchos Mário Falcão, Ian Ramil e Richard Serraria – tudo pode ser ouvido, lida
de forma inteligente e imaginativa com os planos e climas sonoros,
administrando arranjos potencialmente congestionados de um jeito que não soem
confusos, sem deixar de dar toda a contundência a certas linhas, golpes ou
cores. A montagem global está bem composta, com hábeis enlaces entre as faixas
e, ainda, gerando certas zonas com características especiais (os arranjos de
sopros mais complexos estão no início e, perto do final, há um par de faixas
mais escuras que, por sua vez, precedem um capítulo com alguns poucos
toques de música eletrônica).
”
FOTOS: Cleo Kozerski, Gustavo Türck e o fotografo do jornal Vaia